domingo, 19 de dezembro de 2010

ESCREVENDO BEM

Escrever é um bicho-de-sete-cabeças? Não, não é! Você deve ter em mente que o mais importante é a clareza, o texto leve e fluido, que não cansa, que apenas informa. 

A nossa máxima: menos é mais! O essencial sempre se sobressai. O texto cheio de palavras esquisitas, difíceis, dificulta a compreensão. Devemos evitar isso a qualquer custo. 

Coisa muito importante é a organização de ideias, quando você as planeja, o texto vira uma sequência lógica. Se você não organiza o texto, acaba repetindo ideias, o que dificulta o entendimento do texto. Por isso faça sempre o seu projeto de redação, vale a pena gastar 5 minutos para isso, a garantia é o bom resultado.

Unidade temática tem tudo a ver com o projeto de redação, e manter a unidade temática ajuda o examinador a perceber quando começa e quando termina um assunto. A redação equilibrada dedica um parágrafo para cada assunto. Introdução – desenvolvimentos – conclusão. 

E por falar em conclusão, por que você não gosta de fazer a conclusão? Jamais esqueça a conclusão, ela é essencial – lembre que a tia Eliza no primário já dizia: redação tem começo, meio e fim. O fim é a conclusão.

Um problema que reparo nas correções de redação: a pontuação. O ritmo do texto é importantíssimo, isso é indiscutível. O uso correto da vírgula já salvou vidas, e pode salvar o seu texto. Atente para as principais regras de uso, inclusive do ponto e vírgula, o que nessas redações técnicas é um recurso muito importante. Ah, é muito chique e elegante um texto com um travessão e vírgula (-,) não é? É moderníssimo, eu acho! Mas só use se souber usar.

A sigla usada pela ESAF - SDC, é a tal sintaxe de construção e é, na verdade, a coesão prejudicada. Ela pode aparecer, às vezes, porque se usa a correlação errada, ao se retomar palavra ou ideia incorreta. Outras vezes, porque alguns adoram usar “o mesmo” com função de pronome, jamais faça isso. Vou usar um artifício e prometo que essa ninguém mais esquece. Todo mundo usa elevador, correto? Sabem aquela plaquinha obrigatória: “ao entrar no elevador verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar” COISA HORROROSA! Esse “mesmo” está sendo usado no lugar de um pronome pessoal. Obviamente que “mesmo” também pode ser usado como pronome, mas isso só acontece quando ele tem o significado de “próprio” – ele mesmo fez a redação = ele próprio fez a redação. Não esqueçam jamais! Verifique depois aquela regrinha do “esse, este, aquele”, isso é importante. 

O bicho papão se chama paralelismo, isso mesmo. Tenho certeza de que muitos jamais ouviram falar em paralelismo, e, talvez por isso, cometam algumas atrocidades com o texto, que são imperceptíveis à maioria, mas não ao examinador. Paralelismo é o encadeamento lógico, equilibrado do texto. Podemos falar em paralelismo sintático e semântico, o primeiro trata da parte gramatical, o segundo da coerência textual de forma geral. Chamo paralelismo de bicho papão porque o examinador (ESAF) coloca um “COV” na correção e não dá satisfação ao aluno, que, inocente que é, acha que sofreu uma enorme injustiça, quando na verdade ele é que foi injusto com nossa querida língua portuguesa. 

Também gera “COV” o estilo prejudicado por queísmo, eco, redundância e impropriedade vocabular , defeitos que retiram do texto toda elegância que ele pode ter.

Queísmo – repetição exagerada do “que”; 

Eco – repetição de terminações como “ao”, “cão”, “mente”, “para” e “ancia”; 

Redundância – “Atualmente nos dias de hoje, as coisas andam difíceis” – difíceis mesmo!  ;

Impropriedade vocabular – gírias, metáforas, palavras usadas com significados errados;

Cacofonia – combinações de palavras formando som desagradável: “enquanto que”, “que é que”.

E incoerência? O que é exatamente? Incoerência são ideias desconexas, ou sugestões do que é improvável. Sequências erradas, frases incompletas, mudanças abruptas de assunto podem provocar incoerência. 



DICAS LEGAIS

1. Vc. deve evitar abrev., etc. 

2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico. 

3. Anule aliterações altamente abusivas. 

4. “não se esqueça das maiúsculas”, como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga. 

5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz. 

6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário. 

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in. 

8. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado? 

9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda. 

10. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro. 

11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida. 

12. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: “Quem cita os outros não tem idéias próprias”. 

13. Frases incompletas podem causar 

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia. 

15. Seja mais ou menos específico. 

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais! 

17. A voz passiva deve ser evitada. 

18. Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação 

19. Quem precisa de perguntas retóricas? 

20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas. 

21. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação. 

22. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las! -ei!” 

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha. 

24. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível! 

25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas. 

26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza. 

27. Seja incisivo e coerente, ou não.” 



Acho que essa lista, guardadas as proporções, é o resumo de tudo que precisamos atentar ao escrevermos um bom texto. E se você esquecer tudo o que escrevi aqui, tente resgatar pelo menos uma ideia: clareza e concisão. 


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Nova Geração fazendo a Diferença !!!!!!!!!!